PINTURAS / PAINTINGS
Não Pinto Sozinho, Tenho o Mundo Debruçado Sobre Meus Ombros
Rio, março de 2021
Brasileiro, gay, nascido no subúrbio do Rio de Janeiro, mais especificamente na Ilha do Governador, atualmente morador de Santa Teresa, Marcelo Mello propõe reapresentar valores e atitudes desgastadas e / ou normalizadas do nosso dia-a-dia. Segundo o próprio artista:
“Busco a Pintura no meu cotidiano. O meu trabalho começa a partir da observação do que ocorre nas ruas, das andanças pela comunidade em que estou inserido e, como um cronista, me interesso pelo o que é popular, comum, pelas superfícies e o acaso nas ações sofridas por elas. Pinto com o intuito de ampliar vozes e falar de questões como: representatividade, dignidade, racismo, exclusão e violência, mas sempre tendo em mente que sou pintor e parte ativa do meu contexto social”.
Ranhuras, pixos, massas nas paredes, umidade... são equiparados às técnicas tradicionais da Pintura como impastos, veladuras, afrescos e pigmentações na construção de suas telas, que têm na edição e ressignificação de imagens vindas de artistas que o antecederam, diálogo com a História da Arte.
“A formação de um pintor exige conhecimento da História da Pintura e os caminhos que foram tomados desde, no mínimo, a Renascença. Isso, no meu caso, além de formar pensamento crítico, ajudou a construir um repertório iconográfico que aplico e edito constantemente em minhas telas, resolvendo assim, também, um desconforto ético em usar situações e pessoas reais. Ao unir imagens de pintores que me formaram e o acaso das composições das ruas, coloco no mesmo tabuleiro, épocas e representações diferentes, atitudes e pensamentos distintos. Com isso, posso tocar em questões da Pintura como: temporalidade, deslocamento de contexto, figura e fundo, planaridade e etc... posso me situar local e temporalmente”.
Na singularidade dessas relações, narrativas em superfícies caóticas geralmente, e ao mesmo tempo uma percepção reformulada do cotidiano, onde se tem na Pintura atuação crítica, Mello reavalia e desconstrói sua posição como artista, validando suas escolhas segundo uma autoafirmação: “não pinto sozinho, tenho o mundo debruçado sobre meus ombros”.
I Don't Paint Alone, I Have The World Over My Shoulders
Brazilian, gay, born in the suburb of Rio de Janeiro, more specifically in Ilha do Governador, currently a resident of Santa Teresa, Marcelo Mello proposes to re-present worn and / or normalized values and attitudes of our daily lives, as in the speech of artist:
“I look for Painting in my daily life. My work starts from observing what happens on the streets, my walks through the community in which I am inserted and as a chronicler, I am interested in what is popular, common, the surfaces and the casualities in the actions suffered by them. I paint in order to broaden voices and talk about issues such as: representativeness, dignity, racism, exclusion and violence, but always bearing in mind that I am a painter and an active part of my social context ”.
Grooves, spray marks, mass on the walls, humidity ... are equated with the traditional techniques of painting such as impasts, glazes, frescoes and pigments in the construction of his paintings, that have in the editing and reframing of images coming from artists that preceded him, dialogue with the History of Art.
“The construction of a painter requires knowledge of the History of Painting and the paths that have been taken since, at least, the Renaissance. This, in my case, in addition to forming critical thinking, helped to build an iconographic repertoire that I constantly apply and edit on my canvases, thus also resolving an ethical discomfort in using situations and real people. By bringing together images of painters who formed me and the randomness of street compositions, I place different times and representations on the same board, different attitudes and thoughts. With that, I can touch on issues of Painting, such as: temporality, displacement of context, figure and background, planarity and etc ... I can situate myself locally and temporally ”.
In the uniqueness of these relationships, narratives on chaotic surfaces generally, and at the same time a reformulated perception of the quotidian, where Painting has a critical performance, Mello reevaluates and deconstructs his position as an artist, validating his choices according to a self-affirmation: “I don't paint alone, I have the world over my shoulders”.
THE ENGLISH VERSION IS BELOW
STATEMENT
TEXTOS / TEXTS
Diariamente
Rio, abril de 2021
Sou da Ilha do Governador, subúrbio carioca.
Trabalhei por anos como assistente de Daniel Senise em seu atelier e, apesar de ser estudante de arte na época, sentia-me um infiltrado, era o começo do contato com um mundo diverso ao meu, que ao mesmo tempo era fascinante e excludente aos meus olhos.
O estúdio era (e ainda é) na Lapa, bairro boêmio, lugar vivo, popular, com toda a sorte de pessoas e situações nas ruas por onde eu passava. Tinha sempre meus fones de ouvido ligados, música de fundo para os cenários que presenciava.
Certa vez, descendo a rua para chegar ao ponto de ônibus, me deparei com a reforma de um muro enorme, de uma casa que, provavelmente, era do final do século XIX. Na parede, entre os desgastes do tempo, das camadas de massa faltantes, dos pixos, das marcas de umidade e fogo, transparecia sua forma original: adornos em curva no topo, flores e formas geométricas ao centro. Resquícios do tempo em que fora construído.
Pequenas imagens dos livros de escola da adolescência e personagens vindos de pinturas clássicas - cenas pregressas do que passou a frente da parede - me cegaram por instantes: estrangeiros, escravos, viajantes, letrados, artistas, religiosos e desvalidos... uma profusão de histórias, de ideias e de sonhos. Seres que viveram suas vidas, ou parte delas, na capital do Império Brasileiro.* Passado e presente se fundiam diante de mim, do outro lado da rua.
Agora, ali, três homens cobriam suas imperfeições, preparavam a superfície para o trabalho. Durante alguns dias presenciei as mesmas atitudes: a massa secava, era lixada e mais massa era aplicada. O plano tinha que ser perfeito.
Chegara, então, a vez dos adornos: eram de gesso e visualmente muito próximos aos originais, o conjunto funcionava, contudo, algo tinha mudado - o material usado foi, provavelmente, outro, assim como o seu processo de feitura - como se um filme estivesse sendo refeito, agora, por outros atores.
Outro dia passando pela obra. Começaram a pintura que, como da primeira vez em que fora pintado, usavam cobertura comum à época, que agora era acrílica, certamente escolhida em algum catálogo de alguma empresa. Pouco a pouco as marcas de massa, do tempo e de outras cores iam desaparecendo, a cada veladura o muro tomava uma aparência mais sólida, mais silenciosa, sem voz. Os adornos ganharam cor em contraste, em um tom mais claro. Os trabalhadores estavam próximos ao fim, o muro, a um novo começo.
Na manhã seguinte não havia mais ninguém, nenhum resquício da operação. A superfície, recém reformada, novamente imponente em seu tamanho e cor, variava seu papel: ora testemunha, ora cúmplice, ora cenário, ora ator.... ora figura, ora fundo. Mas, pronta a seguir atravessando o tempo, ideias e sonhos.
Assim seguia meus dias: de casa para o estúdio do Daniel, do estúdio para o meu atelier, do atelier para a escola de arte, da escola para casa... sempre mediado pela rua, por seus acontecimentos, personagens e superfícies. Àquela altura não tinha consciência de que assim meu trabalho era nutrido e que, ciclicamente, o trabalho nutria minha percepção e questionamentos.
Percebi que a minha pintura é formada por minhas andanças, por fragmentos do meu cotidiano e da História da Pintura, pelo o que está ao alcance dos meus olhos, por minhas relações e por minhas lembranças. Meu processo em atelier me faz entender minhas ações como artista, para tentar dar voz e visibilidade a exclusões e violências normalizadas, perguntando qual o lugar da Pintura na atualidade, diariamente.
* Texto: Ventos culturais na cidade do Rio de Janeiro do século XIX, do site: http://multirio.rio.rj.gov.br/index.php/estude/historia-do-brasil/rio-de-janeiro/65-o-rio-de-janeiro-novamente-corte-o-imperio/2898-ventos-culturais-na-cidade-do-rio-de-janeiro-do-seculo-xix.
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Daily
Rio, April 2021
I'm from Ilha do Governador, a poor zone in Rio de Janeiro.
I worked for years as an assistant to Daniel Senise in his studio and, despite being an art student at the time, I felt an infiltrator, it was the beginning of contact with a world different from mine, which at the same time was fascinating and exclusive to my eyes.
The studio was (and still is) in Lapa, a bohemian neighborhood, a lively, popular place, with all sorts of people and situations on the streets where I passed. I always had my headphones on, background music for the scenarios I witnessed.
Once, walking down the street to reach the bus stop, I came across the renovation of a huge wall, of a house that was probably from the end of the 19th century. On the wall, between the wear and tear of time, the missing layers of mass, the graffiti, the marks of moisture and fire, its original shape showed: curved ornaments at the top, flowers and geometric shapes in the center. Remnants of the time when it was built.
Small images from school books for adolescence and characters from classic paintings - past scenes of what passed in front of the wall - blinded me for a moment: foreigners, slaves, travelers, scholars, artists, religious and underprivileged ... a profusion of stories , of ideas and dreams. Beings who lived their lives, or part of them, in the capital of the Brazilian Empire. * Past and present merged in front of me, across the street.
Now, there, three men covered their imperfections, prepared the surface for work. For a few days I witnessed the same attitudes: the dough dried, was sanded and more dough was applied. The plan had to be perfect.
Then, it was the turn of the adornments: they were plastered and visually very close to the originals, the set worked, however, something had changed - the material used was probably different, as well as its process of making - as if a film was being remade, now, by other actors.
Another day passing by the work. They started painting, which, like the first time it was painted, used cover common to the time, which was now acrylic, certainly chosen in some catalog of some company. Little by little the marks of mass, time and other colors were disappearing, with each velvet the wall took on a more solid, quieter appearance, without a voice. The adornments gained color in contrast, in a lighter tone. The workers were close to the end, the wall, to a new beginning.
The next morning there was no one left, no trace of the operation. The surface, recently reformed, again imposing in its size and color, varied its role: now witness, now accomplice, now scenery, now actor ... now figure, now background. But, ready to go through time, ideas and dreams.
So my days went on: from home to Daniel's studio, from studio to my studio, from studio to art school, from school to home ... always mediated by the street, by its events, characters and surfaces. At that time I was not aware that my work was nourished and that, cyclically, work nourished my perception and questions.
I realized that my painting is formed by my wanderings, by fragments of my daily life and the History of Painting, by what is within the reach of my eyes, by my relationships and my memories. My atelier process makes me understand my actions as an artist, in order to try to give voice and visibility to exclusions and normalized violence, asking where Painting is today, daily.
* Text: Cultural winds in the 19th century city of Rio de Janeiro, from the site: http://multirio.rio.rj.gov.br/index.php/estude/historia-do-brasil/rio-de-janeiro/ 65-o-rio-de-janeiro-again-cut-the-empire / 2898-cultural-winds-in-the-city-of-rio-de-janeiro-do-Seculo-XIX.
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O Atelier, o Supermercado e Eu
Rio, novembro de 2020
Desço para ir ao supermercado. Sim, desço, moro e trabalho em Santa Teresa, no Rio de Janeiro. Assim que saio pela portaria, percebo um novo piche no muro do prédio à frente, uma assinatura ilegível que marca a presença e ao mesmo tempo a ausência de alguém. Me pergunto em que momento isso foi pintado ali... qual foi o motivo? Era dia? Havia pessoas passando? Perceberam a atitude? Paro, fotografo. Vejo que essa marca foi feita sobre uma parede desgastada, com pedaços de reboco faltando e cores pintadas quase num mesmo tom, na tentativa de homogeneizar a superfície. Em vão. Vou percebendo mais marcas e suas tentativas de apagamento, escorridos, ação do tempo, umidade... o muro vira um testemunho de atitudes e casualidades. Continuo olhando, vou tentando identificar cada jogador daquele emaranhado caótico.
Volto a andar, a descer. Ainda tenho a imagem do muro em minha cabeça. Mais alguns passos e pouso o olhar sobre um poste de ferro, cartazes e inscrições já amareladas pela oxidação, como se o poste transformasse a superfície numa carapaça de proteção - mas já muito atingida - convocando o material a assumir uma função para um bem comum.
A essa altura do caminho, carros e pessoas passam modificando o entendimento do entorno. Presto atenção a um homem e uma criança - tendo a dar sentido colocando-os como pai e filho - automaticamente lembro de uma pintura, mas de forma vaga, autor e época não ficam claros, não tão claros quanto os fragmentos da lembrança. Logo atrás dessas figuras, duas mulheres em situação de rua, roupas encardidas, trouxas de tecido e caixas de papelão ao redor, a mão em posição de súplica, de pedido. Completamente ignoradas pelos passantes, pelos carros de última geração, pelas pessoas nos bares se divertindo, pelo pai e pelo filho, se tornam meramente partes de uma paisagem mutante, partes das superfícies por trás delas, engolidas pelos resquícios degradantes da parede.
A sequência de acontecimentos e superfícies se alastram pelo caminho, formando um grande e caótico organismo, uma pele formada por outras peles, um Frankenstein de situações normalizadas, ignoradas... sem voz, para onde não se destina tempo à contemplação e entendimento, na maioria das vezes, por não termos. Mais uma vez, resquícios de uma pintura me vem a cabeça, mas qual era o pintor mesmo?
Pergunto onde me encaixo no meio disso... sou o passante passivo propositalmente ou os cartazes do poste enferrujado ou o poste? A resposta se torna algo vago para mim, variando a posição, mas estou imerso ali e sigo buscando.
Construo minha pintura com meu entorno, minhas lembranças e minha vivência, usando-a de forma crítica à minha atuação como pessoa, como pintor, num constante movimento de desconstrução e construção, na tentativa de parar o tempo para avaliar minha posição na abordagem de questões caras a mim, percebe-las e intervir de forma concreta, de forma construtiva, na sociedade em que estou inserido.
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The Atelier, the Supermarket and Me
Rio, November, 2020
I go down to the supermarket. I live and work in Santa Teresa, in Rio de Janeiro. As soon as I leave my building's lobby, I notice an unreadable signature made with spray paint, on the building across from me. It marks the presence and at the same time the absence of someone. I wonder when it was painted there ... what was the reason? Was it daytime? Were people passing by? Did they notice the atmosphere? I stop, photograph. I see that this mark was made on a worn wall, with pieces of missing plaster and colors painted almost in the same tone, in an attempt to homogenize the surface. In vain. I notice more marks and their attempts to erase, drain, weather, humidity ... the wall becomes a testimony of behaviors and casualties. I keep looking, I try to identify each player from that chaotic tangle.
I walk again, down. I still have the image of the wall in my head. A few more steps and I land my gaze on an iron pole, posters and inscriptions already yellowed by oxidation, as if the pole transformed the surface into a protective shell - but it was already badly hit - calling on the material to assume a function for a common good.
At this point on the road, cars and people change their understanding of the surroundings. I pay attention to a man and a child. For some reason, I assume they as father and son. I automatically remember a painting, but vaguely, author and time are not clear, not as clear as fragments of memory. Right behind these figures, two women on the street, grimy clothes, bundles of fabric and cardboard boxes around them, their hands in a supplicating and requesting position. Completely ignored by passers-by, by the latest cars, by people in bars having fun, by father and son, they become mere parts of a changing landscape, parts of the surfaces behind them, swallowed by the degrading remains of the wall.
This sequence of events and surfaces spread along the way, forming a large and chaotic organism, a skin formed by other skins, a Frankenstein of normalized situations, ignored ... without a voice, where time is not devoted to contemplation and understanding, sometimes, for not having it. Once again, remnants of a painting come to mind, but who was the painter again?
I ask where I fit in it ... am I the passive passer who ignores it on purpose or the posters on the rusty pole or the pole? The answer becomes something vague for me, switching positions, but I am already immersed and keep looking.
I build my painting with my surroundings, my memories, and my experience, using it critically to my performance as a person, as a painter, in a constant movement of deconstruction and construction, in an attempt to stop time to assess my position in addressing issues dear to me, perceive them and intervene in a concrete way, in a constructive way for society.
THE ENGLISH VERSION IS BELOW
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BIO
SELECIONADOS / SELECTED
Marcelo Mello (1973).
Vive e trabalha no Rio de Janeiro.
Formação
- Franz Manata:
Desenvolvimento de Pensamento (em curso)
- MOMA
What Is Contemporary Art? (2020)
- Escola de Artes Visuais do Parque Lage, Rio de janeiro:
Arte como Conhecimento com Franz Manata (2020)
O Processo Criativo com Charles Watson (2020)
Pintura com Daniel Senise (1998/1999)
Gravura e Escultura com Djalma Paiva (1996)
Pintura com Ronaldo Rego Macedo (1994)
Exposições
COMANDO - 2022 - Martha Pagy Escritório de Arte
I/ENFESTAÇÃ0 - 2022 - Z42 ARTE - Grupo Fábrica de Ratoeiras Concorde
ANTIMODA - 2022 - Curadoria Pedro Pagy
O QUE NOS UNE - 2021 - Curadoria Franz Manata
Mostra Virtual Entre Lobo e Cão - 2021
EXPOSICAO CONEXOES - Período: 15 a 30 de maio de 2009 – centro de cultura Raul de Leoni, RJ
Exposição Itinerante ‘RIO”- 1996 - Galeria de Arte Copacabana
Assistência de Atelier
Durante 10 anos fui assistente de atelier de Daniel Senise, no Brasil e em NYC.
Trabalhos em Cinema
Trabalhei por 14 anos na industria do cinema e publicidade, no departamento de arte.
Participei de projetos como (trabalhos selecionados):
Longas Metragens
Diretor de arte assistente
The Twilight Saga: Breaking Dawn - Part 1 (2011)
O Mecanismo (netflix) (set decorator) – José Padilha, Marcos Prado - 2017
O Coração da Loucura – Roberto Berliner – 2011
Produtor de arte
The Expendlables, diretor: Sylvester Stallone (2008/2009)
O Paciente – Sergio Rezende - 2017
Sob Pressão - Andrucha Waddington – 2016
Tim Maia - Mauro Lima - 2014
Comerciais
Diretor de arte assistente
Johnnie Walker - Keep Walkin – Brazil – The Giant awoke - ZOHAR - 2011
Village Mall – ZOHAR - 2010
Produção de Arte
Itaipava – Sentimental - 2018
ITAU – Copa do mundo – Paranoid - 2018
COB – celebration O2 Filmes 2009
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Marcelo Mello (1973).
Lives and works in Rio de Janeiro.
Graduation
- Franz Manata:
Thought Development (ongoing)
- MOMA
What Is Contemporary Art? (2020)
- School of Visual Arts of Parque Lage, Rio de Janeiro:
Art as Knowledge, ProfessorFranz Manata (2020)
The Creative Process, Charles Watson (2020)
Painting, Professor Daniel Senise (1998/1999)
Printmaking and Sculpture, Professor Djalma Paiva (1996)
Painting, Professor Ronaldo Rego Macedo (1994)
Exhibitions
COMANDO - 2022 - Martha Pagy Escritório de Arte
I/ENFESTAÇÃ0 - 2022 - Z42 ARTE - Fábrica de Ratoeiras Concorde
ANTIMODA - 2022 - Curator: Pedro Pagy
O QUE NOS UNE (WHAT BRINGS US TOGETHER) - 2021 - Curator: Franz Manata
"Entre Lobo e Cão" Virtual Show - 2021 (selected)
CONEXOES EXHIBITION - Period: May 15 to 30, 2009 - Raul de Leoni culture center, RJ
Itinerant Exhibition 'RIO' - 1996 - Copacabana Art Gallery
Atelier Assistance
For 10 years I was Daniel Senise's studio assistant, in Brazil and NYC.
Film Industry
I worked for 14 years in the film and advertising industry, in the art department.
I participated in projects such as (selected works):
Feature Films
Assistant Art Director
The Twilight Saga: Breaking Dawn - Part 1 (2011)
The Mechanism (netflix) (set decorator) - José Padilha, Marcos Prado - 2017
The Heart of Madness - Roberto Berliner - 2011
Trinta - Paulo Machline - 2014
Set Dresser
The Expendlables, director: Sylvester Stallone (2008/2009)
The Patient - Sergio Rezende - 2017
Sob Pressão - Andrucha Waddington - 2016
Tim Maia - Mauro Lima - 2014
Commercials (selected works)
Assistant Art Director
Johnnie Walker - Keep Walkin - Brazil - The Giant awoke - ZOHAR - 2011
Village Mall - ZOHAR - 2010
Set Dresser
Itaipava - Sentimental - 2018
ITAU - World Cup - Paranoid - 2018
COB - celebration O2 Filmes 2009
THE ENGLISH VERSION IS BELOW
CONTATO / CONTACT
MARCELO MELLO
REPRESENTADO PELA GALERIA:
MARTHA PAGY ESCRITÓRIO DE ARTE